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“O melhor modo de atuar nesta vice-presidência é levando em consideração os interesses da esfera pública, da sociedade, dos setores produtivos e do conhecimento”

Kim Rieffel, novo vice-presidente de Telecomunicações da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), comenta desafios na nova gestão

O novo vice-presidente de Telecomunicações da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), Kim Rieffel, concedeu entrevista exclusiva à entidade para falar sobre os desafios da nova gestão. Na oportunidade, o profissional especialista em certificação e avaliação da conformidade ainda avaliou os avanços no setor e apontou suas expectativas para a área de telecomunicação.

Para Rieffel, os avanços tecnológicos representam um grande desafio para a esfera normalizadora no macro segmento de telecomunicações. “No Brasil e no mundo. A nova geração de internet móvel, 5G, chegou em todas as capitas de nosso país antes mesmo do prazo definido pela Anatel. Há impacto latente na indústria, nos carros autônomos, nos ambientes de realidade virtual, na telemedicina”, explica ele.

Leia a entrevista na íntegra:

Abrac – Como começou a sua relação com Avaliação da Conformidade?

Kim Rieffel – Há 15 anos, ingressei na área atuando em esfera técnica, na realização de ensaios de segurança aos usuários aplicáveis a dispositivos de proteção e controle. Neste mesmo laboratório, que possui um dos escopos de atuação mais abrangentes do país, atuei, ainda “em bancada”, em avaliações de eficiência energética para eletrodomésticos e ensaios para equipamentos de telecomunicações, nas áreas funcionais e de compatibilidade eletromagnética.

Após este período de atuação estritamente técnica, fui alçado à gerência de negócios. Com o apoio da equipe estruturei as áreas comercial e de relacionamento externo deste laboratório.

Findada esta etapa, deixei a empresa para liderar as operações do grupo certificador sul-coreano PCN na América Latina. Desde então, estabelecemos postos de operação em Porto Alegre, Caxias do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso, expandimos o nosso portfólio de entregas na região para Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Panamá e México.

Abrac – Quais são as suas expectativas na vice-presidência de telecomunicações da Associação?

Kim Rieffel – Tenho expectativa de que possamos estreitar os laços de relação entre as partes interessadas no setor de telecomunicações, de modo a gerar benefício para a sociedade e para as organizações associadas.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) designa a nós, organismos de avaliação da conformidade, para atuarmos em território nacional. O seu propósito é: “conectar o Brasil para melhorar a vida de seus cidadãos”. A construção participativa é um de seus valores institucionais. A partir disso, entendo que o melhor modo de atuar nesta vice-presidência seja valendo-se do conceito de interação em quádrupla hélice, levando em consideração os interesses da esfera pública, da sociedade, dos setores produtivos e do conhecimento.

Abrac – Como avalia os avanços na criação de normas para a avaliação da conformidade no setor de telecomunicações?

Kim Rieffel – A corrida e os avanços tecnológicos representam, sem dúvida, um enorme desafio para a esfera normalizadora no macro segmento de telecomunicações. No Brasil e no mundo. A nova geração de internet móvel, 5G, chegou em todas as capitas de nosso país antes mesmo do prazo definido pela Anatel. Há impacto latente na indústria, nos carros autônomos, nos ambientes de realidade virtual, na telemedicina.

Há o crescimento nas possibilidades de interconexão dos itens que utilizamos em nosso cotidiano. Toda esta evolução precisa ser tecnicamente assistida e avaliada, veja: influências no espectro de radiofrequências, riscos cibernéticos e à saúde e segurança da população. Para não falar em outros. Aí o papel dos regulamentos e da normalização técnica.

Abrac – Quais são os maiores desafios na área de telecomunicações e como a vice-presidência da Abrac pretende contribuir para o setor?

Kim Rieffel – Para que possamos, no nosso papel, contribuir com o desenvolvimento da conectividade e da digitalização no Brasil em benefício da sociedade, faz-se fundamental fomentarmos o robustecimento da infraestrutura laboratorial do país. Entendo que neste ponto resida um de nossos principais desafios.

Falávamos há pouco na nova geração de internet móvel, nos avanços em IoT e nos impactos e desdobramentos provenientes destes nos mais variados setores da sociedade e da economia. Viabilizar meios e alternativas para investimentos em tecnologia, visando a expansão da capacidade instalada e do escopo de atendimento dos laboratórios em território nacional é de extrema importância.

Podemos falar, é claro, em termos de ensaios, certificações e homologações, mas é importante também paralelizarmos o tema com as esferas da pesquisa, do desenvolvimento e da inovação. O uso do 5G, por exemplo, pode movimentar R$ 590 bilhões por ano, segundo levantamento do Ministério da Economia e do Programa para Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD). A indústria nacional, as startups, devem por bem contar com infraestrutura de última geração para fazer a correta análise, diagnóstico e validação de seus produtos e serviços.

Considerando o potencial de protagonismo do Brasil, entendo que não deva haver déficit na oferta de serviços especializados em relação a outras regiões do globo. É neste sentido que pretendemos trabalhar.

Fonte: Assessoria de imprensa da Abrac