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Novo modelo de certificação para refrigeradores busca reduzir custo das famílias

Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) para refrigeradores comercializados no Brasil visa adequar País às orientações das Nações Unidas

Uma economia superior a R$ 30 bilhões na conta de luz dos brasileiros é o objetivo de um novo regulamento publicado pelo Inmetro neste mês de agosto, que define o processo de atualização do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) – projeto que fornece informações sobre a eficiência energética para refrigeradores comercializados no Brasil.

Com início a partir de 1º de setembro de 2021, a Portaria nº 332 do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), mantém procedimentos rigorosos de testes em laboratórios acreditados pela autarquia, e incrementa os níveis de qualidade dos equipamentos para que se adequem às orientações das Nações Unidas para regulamentação em eficiência energética dos refrigeradores, dispostas no Guia da U4E (United for Energy).

Com a nova sistemática, a partir de 1º de julho de 2022, os refrigeradores mais eficientes, serão classificadas em A+++, mostrando uma eficiência de até 30% em relação ao atual A; A++, indicando 20% a menos no consumo; e A+, com economia de 10%. Dessa maneira, quando o consumidor optar pela compra de um refrigerador A+++ de duas portas de degelo automático (frost-free) de volume ajustado de 500 litros (ou volume interno útil em torno de 350 litros), que corresponde a 80% do mercado nacional, poderá economizar cerca de 13 kWh por mês, o que representa uma economia de R$ 10,14, considerando uma tarifa média, acrescida de impostos, de R$ 0,78 por kWh.

“Foram realizadas mudanças nos critérios para definição de estabilidade, de modo que a tendência é que os tempos de ensaio sejam menores. Os testes de temperaturas de armazenamento e o plano de carga foram simplificados, e há uma definição mais objetiva do posicionamento de sensores de temperatura. Já os ensaios de consumo energético, além de serem realizados em uma temperatura ambiente de 32°C, também precisarão ser executados em uma temperatura ambiente de 16°C”, explicou o vice-presidente de Laboratórios da Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac), Israel Teixeira.

Testes de Segurança

A nova Portaria mantém as exigências de avaliações dos requisitos de segurança, com objetivo de identificar riscos, tais como choque elétrico, perigos mecânicos, ameaça de queimadura e propagação de fogo, entre outros, substituindo, a partir do dia 1º de setembro a antiga Portaria nº 577/2015.

Também permanecem sendo realizados os ensaios de desempenho, cuja finalidade é verificar se o refrigerador tem condições de manter as temperaturas internas em níveis aceitáveis quando operados em uma temperatura ambiente condizente com a classe climática tropical (43°C), além de determinar o consumo de energia da amostra em uma determinada condição.

Seguem também sendo executados os ensaios de capacidade de congelamento e retenção de temperatura, cujo objetivo é de determinar quantos quilos de alimentos podem ser congelados em 24 horas e quanto tempo o refrigerador consegue reter a temperatura interna caso a alimentação elétrica seja desconectada.

Mudanças Futuras

Segundo o Instituto, a segunda fase, que entra em vigor em 31 de dezembro de 2025, descarta as subclasses e o novo A será mais exigente. Os níveis das categorias serão definidos com base nas orientações das Nações Unidas para regulamentação em eficiência energética dos refrigeradores, dispostas no Guia da U4E (United for Energy), e adequadas à realidade brasileira.

A última etapa, que possui prazo de adaptação para 31 de dezembro de 2030, determina a adesão de um nível de consumo para a classe A proporcional às indicações da U4E. Desse modo, pontua a primordialidade de redução, em média, de 61% do consumo de energia dos refrigeradores fabricados no Brasil, de duas portas, atualmente em A.

Sobre a Abrac

Fundada em 2009, a Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) reúne as empresas responsáveis pela avaliação da conformidade de produtos, sistemas e laboratórios de ensaio e calibração, acreditados pelo Inmetro e designados pela Anatel, que são oferecidos aos cidadãos, trabalhando em sua inspeção e certificação com o objetivo de informar e proteger o consumidor, em particular quanto à saúde, segurança e meio ambiente; propiciar a concorrência justa; estimular a melhoria contínua da qualidade; facilitar o comércio internacional; e fortalecer o mercado interno, atuando em conjunto com os órgãos reguladores das atividades em âmbito nacional.