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Laboratório de Infraestrutura da Qualidade é tema de Webinar realizado pela Abrac

 

Na última quinta-feira (14.07), a Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) realizou o Webinar Abrac: Laboratório de Infraestrutura da Qualidade na prática, com transmissão pela plataforma Zoom.

O evento contou com a mediação do vice-presidente de Produtos da entidade, Alexandre Xavier e o gerente de Projetos do Inmetro, Marcos Aurélio Lima. Já a apresentação foi realizada pelo analista de negócios e inovação sênior do PTI-BR, Rafael Flores de Campos.

Xavier iniciou o Webinar com uma mensagem de boas-vindas aos espectadores que acompanhavam a transmissão on-line.

Logo após, a abertura oficial foi realizada pelo presidente da Abrac, Synésio Batista da Costa, que não pode estar presente, mas deixou um vídeo para os participantes. “É uma grande honra para a Abrac, e para mim pessoalmente, como presidente da entidade, poder realizar esse primeiro webinar, tão importante para a sociedade, sobre o Laboratório de Infraestrutura da Qualidade, conhecido também como LIQ. Desde o surgimento do projeto em uma parceria entre Abrac, ABNT, Inmetro e PTI-BR, nós tínhamos ciência que algo grandioso ia acontecer”, comentou.

Segundo Synésio, além de garantir a qualidade de produtos e serviços, o Laboratório também catalisa a competitividade da economia do País no mercado internacional por meio da criação de um espaço que congrega as principais instituições atreladas à infraestrutura da qualidade, de maneira a facilitar a conexão com o mercado, em especial as empresas da área de cidades inteligentes.

Na sequência, a palavra foi passada ao presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Mário William Esper, que aproveitou a oportunidade para dar um exemplo prático da aplicação da Política Nacional de Infraestrutura da Qualidade.

“Hoje, aqui na Federação das indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), lançamos na presença de 150 participantes a norma técnica nº 16.933 para referências de medidas para mulheres. A ABNT, junto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de São Paulo, escaneou mais de 7 mil corpos de mulheres, analisando o biotipo de cada uma, chegando à conclusão que mais de 70% da medida do biotipo das mulheres brasileiras é diferente dos outros países”, comentou Esper.

Segundo o presidente da ABNT, essa ação foi um exemplo de infraestrutura da qualidade e a aplicação dos três pilares, que são: metrologia, a parte da pesquisa; normalização, a norma que foi lançada; e o terceiro pilar, que é a certificação, foi feita pela Associação Brasileira do Vestuário (Abravest).

Na oportunidade, o presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Marcos Heleno Guerson contextualizou o momento que o LIQ foi pensado.  “Vivemos em um mundo que está passando por uma grande transformação, através de novas tecnologias, conectividade, como as empresas trabalham, produzem, tudo mudou muito nos últimos 10, 20 anos. Em um mundo em transformação, a qualidade se torna cada vez mais fundamental. É um ambiente muito competitivo e para competir nesse mercado você tem que ser capaz de investir, traduzir qualidade e comunicar essa qualidade. É preciso que as pessoas, os consumidores, entendam a qualidade desses produtos”, iniciou.

Guerson pontuou que dentro da necessidade da transformação, na questão da qualidade, o ator principal é a empresa, que é quem consegue colocar qualidade nos produtos e nos processos, e precisa do apoio dos atores coadjuvantes. “A empresa precisa da infraestrutura da qualidade para que possa ter qualidade nesses produtos. Então entra o Inmetro, a ABNT, a Abrac, os laboratórios acreditados, as certificadoras, estrutura de testes, fiscalização de mercado, os IPEMs (Institutos de Pesos e Medidas), tudo isso faz parte da infraestrutura da qualidade”.

Para ele, o grande dilema, que o Laboratório surgiu como resposta, foi justamente alinhar como essas empresas podem conversar com a infraestrutura da qualidade, colocar os seus problemas, ter respostas e soluções.

Antes de iniciar a apresentação, o diretor-superintendente do Parque Tecnológico Itaipu Brasil (PTI-BR), general Eduardo Castanheira Garrido Alves teve a palavra. “Para nós do PTI-BR é uma grande satisfação participar deste Webinar, que aborda o Laboratório de Infraestrutura da Qualidade. O Parque Tecnológico Itaipu Brasil é uma das três fundações, cuja a instituição mantenedora é a Itaipu Binacional. Somos gestores de um ecossistema, que busca desenvolver a ciência, a tecnologia, inovação e negócios, para que a gente possa gerar riqueza e bem-estar para a sociedade”.

Segundo Garrido Alves, o Parque Tecnológico de Itaipu, em 2019, fez uma parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e estabeleceu um living lab dentro do ecossistema da organização, onde eram testadas tecnologias de luminárias inteligentes, semáforos, entre outros itens.

“Veio o desafio de levar esse projeto para o ambiente urbano. Com o apoio da ABDI, Itaipu Binacional e com a Prefeitura de Foz do Iguaçu (PR), que fez um decreto de uma área de sand box, foi instituído o Programa Vila A Inteligente”, complementou.

O general destacou que a união de expertise do PTI, Inmetro, Abrac e ABNT, vai permitir que o Laboratório de Infraestrutura da Qualidade atue com o propósito de desenvolvimento da Infraestrutura Nacional da Qualidade.

Apresentação

O analista de negócios e inovação sênior do PTI-BR, Rafael Flores de Campos iniciou a apresentação com uma frase de William Thomson (Lorde Kelvin): “Aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar”.

Segundo Campos, quando não existe noção, não se sabe se os parâmetros estão sendo seguidos, fica difícil aprimorar algo, seja em uma inovação altamente tecnológica ou até mesmo em uma avaliação profissional.

“É muito importante o aspecto de você ter mecanismos de acompanhamento. Saber quais são os elementos que precisam ser acompanhados, se realmente esses mecanismos são importantes para serem utilizados e trazer isso de uma forma sistematizada”, explicou.

Sobre a problemática de pensar em ter o LIQ, Campos pontuou que a infraestrutura da qualidade é crucial na promoção e sustentação do desenvolvimento econômico, bem como o bem-estar ambiental e social. Além de garantir a qualidade de produtos ou serviços, catalisa a competitividade do País no mercado internacional.

Para ele, a infraestrutura da qualidade alinhas os conceitos de metrologia, normalização, acreditação, avaliação da conformidade e vigilância do mercado. “Sendo necessária para o funcionamento eficaz dos mercados nacionais e é importante para possibilitar o acesso aos mercados externos. Soma instituições públicas e privadas, aliadas a políticas e quadro regulatório para apoiar e melhorar a qualidade, segurança e solidez de bens, serviços e processos”.

Referente a Política Nacional de Infraestrutura da Qualidade (PNIQ), que está em desenvolvimento, o analista ressaltou que os objetivos são o de propor uma política sobre o tema no País, auxiliar no desenvolvimento econômico e no atendimento às demandas de segurança, qualidade, sustentabilidade e bem-estar do cidadão e do meio ambiente.

“O propósito do LIQ é estabelecer um mecanismo para estimular o intercâmbio de conhecimento e o desenvolvimento da infraestrutura nacional da qualidade para cidades inteligentes, no que tange os aspectos de normalização, metrologia, acreditação, serviços de avaliação da conformidade, validação de metodologias e tecnologias”, acrescentou.

Sobre como realizar essas ações, Campos explicou que é criando um espaço que congregue as instituições atreladas a infraestrutura da qualidade e que consiga facilitar a conexão com o mercado, em especial as empresas da área de cidades inteligentes.

Como os principais objetivos do LIQ, o analista pontuou: disseminação de normas técnicas aliadas a cidades inteligentes, desenvolver estudos de suporte ao desenvolvimento de calibração remotas e suporte ao desenvolvimento de metodologia para aquisição de dados sensores.

Na apresentação, o analista pontuou a missão de cada parceiro envolvido no Laboratório de Infraestrutura da Qualidade. A Abrac fomentará a avaliação da conformidade e assegurará a sua credibilidade. O Inmetro viabilizará soluções de infraestrutura da qualidade que adicionem confiança, qualidade e competitividade aos produtos e serviços disponibilizados pelas organizações brasileiras, em prol da prosperidade econômica e bem-estar da sociedade.

Já a ABNT proverá para a sociedade brasileira conhecimento sistematizado, por meio de documentos normativos e avaliação de conformidade, que permita a produção, a comercialização e o uso de bens e serviços de forma competitiva e sustentável nos mercados interno e externo, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico, proteção do meio ambiente, defesa do consumidor e para inovação. O PTI-BR irá gerir o ecossistema de inovação do Parque Tecnológico Itaipu-Brasil, desenvolvendo ciência, tecnologia, inovação e negócios, resultando em riqueza e bem-estar à sociedade.

Após a apresentação, o gerente de Projetos do Inmetro, Marcos Aurélio Lima, fez suas considerações. “Se vocês perceberem as palavras de abertura do nosso evento estão muito conectadas, isso só demonstra que estamos no caminho certo. A apresentação que o Rafael fez para nós foi brilhante. Fico muito feliz de ouvir o conceito de infraestrutura da qualidade sendo citado”, comentou.

Lima pediu que todos refletissem um pouco sobre o momento que o mundo está vivendo. “É inegável que o mundo está passando por um processo de transformação. Não começou agora, mas já vem conduzindo há algum tempo. Nos últimos cinco anos essa transformação começou a ter uma conotação muito diretamente ligada as nossas vidas.  Acho que todo esse trabalho remete para uma discussão fundamental para a qualidade de vida”, acrescentou.

Ainda segundo Lima, o LIQ vem de encontro para que a transformação seja recebida pelo cidadão. “Se nós não percebermos que essa transformação está fazendo essa mudança ser melhor para as nossas vidas, alguma coisa está errada. É fundamental que nesse Webinar e em outros que vão acontecer, a gente sempre faça essa reflexão e que esse trabalho que estamos fazendo, ao meu ver, é um grande protagonista”.

Fonte: Assessoria de imprensa da Abrac