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Estagiários do Laboratório de Infraestrutura da Qualidade participam de treinamento online da Abrac

 

Na última quarta-feira (13.07), a Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) realizou treinamento online para os estagiários do Laboratório de Infraestrutura da Qualidade (LIQ), Ali Mohamad Kanso, Sarah Sofia Lass Weisheimer e Melissa Shih. Na oportunidade, foram realizadas apresentações sobre segmentos importantes da avaliação da conformidade, que são: certificação, laboratórios, inspeção, telecomunicações, sistemas e pessoas, entre outros temas.

A abertura do treinamento foi realizada pelo superintendente da entidade, Masao Ito que destacou a importância da qualidade na vida de todos. “Tudo que a gente faz está relacionado com qualidade. Nesse Laboratório, esperamos desenvolver grandes tecnologias e novos produtos. Vamos seguir em conjunto para alcançar nossos objetivos”

Ito também comentou sobre a fundação da Abrac, estatuto social, estrutura organizacional, conselho de administração e conselheiros. Coube a assessora da superintendência, Cleriane Lopes falar sobre o comitê de ética, comissões técnicas, grupos de trabalho, reconhecimentos e participações e novos desafios da Associação.

Certificação

 

Na sequência, o conselheiro da Associação, Wilson Bonato fez uma apresentação para os estagiários sobre certificação. Segundo ele, o tema certificação é antigo e vem da primeira guerra mundial, quando foi notado que os dispositivos bélicos precisavam de uma atestação do seu desempenho.

“Começou ser atestado uma conformidade com algum critério estabelecido em uma norma. Após a guerra e com o desenvolvimento industrial, as partes interessadas e a sociedade acharam interessante expandir. O mecanismo da certificação é algo bastante importante, cria segurança para o usuário e para o consumidor doméstico”.

Ainda de acordo com Bonato, no Brasil, a estrutura de certificação é composta por vários elementos, como o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC), com objetivo de sempre ter qualidade, confiabilidade e desempenho de produtos.

“A certificação agrega valor ao produto e aumenta o grau de confiança do usuário e do consumidor para utilização na sua instalação ou domicílio”, declarou.

O conselheiro também falou sobre a importância do Processo PDCA de certificação de produtos. Onde a letra P é de planejar, estabelecer os objetivos de certificação para fornecer resultados de acordo com os requisitos do cliente, normas e regulamentos; o D vem da palavra do em inglês Do, que significa fazer, realizar a certificação (ensaios, auditoria, avaliação, análise e decisão); o C de checar, monitorar e medir o processo de certificação de produto em relação aos objetivos e aos requisitos regulamentares e relatar os resultados; e o A de agir, executar ações para promover continuamente a melhoria do desempenho do processo de certificação.

Laboratórios

 

O vice-presidente de Laboratórios da Abrac, Israel Teixeira apresentou o segmento voltado aos ensaios. “A Abrac tem por papel atuar em defesa dos organismos de certificação e laboratórios, e que são muito convergentes com os interesses da sociedade, na medida que os consumidores querem ter produtos seguros e que tenham aspectos de preservação do meio ambiente”, iniciou.

De acordo com o vice-presidente, a avaliação da conformidade tem vários objetivos: informar e proteger o consumidor, no sentido que os produtos são certificados e passam por ensaios para proteção do consumidor.

“Outros aspectos da avaliação da conformidade é estimular a melhoria contínua da qualidade, facilitar o comércio internacional e fortalecer o mercado interno. Gosto de dizer, que trabalhamos para a preservação da vida”, acrescentou.

Sobre a avaliação da conformidade facilitar o comércio internacional, Teixeira comentou que nas trocas no comércio entre diversos países, é possível utilizar as certificações como uma garantia que o produto que está entrando no país atende as normas de segurança e requisitos de qualidade.

“A avaliação da conformidade no Brasil começou com a lei nº 5.966 de 1973, que instituiu o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro), com a finalidade de formular e executar a política nacional de metrologia, normalização industrial e certificação de qualidade de produtos industriais e também criou o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro)”, explicou.

O vice-presidente de Laboratórios também abordou a área de calibração, e de acordo com ele é essencial para processos produtivos, inclusive na área de inovação. “A medição correta é fundamental para o desenvolvimento de um produto”.

Inspeção acreditada

 

O assessor da superintendência da Abrac, Jefferson Carvalho abordou a inspeção acreditada de projetos de engenharia e obras de infraestrutura para os estagiários do Laboratório de Infraestrutura da Qualidade.

“Para falar da certificação de projeto e de obra é necessário falar do contexto. Normalmente os empreendimentos de infraestrutura envolvem milhões/bilhões de reais. Saber que o empreendimento está no final pode trazer mais insegurança do que segurança, pois não se deve colocar um centavo sem saber se vai dar certo”, iniciou.

De acordo com Carvalho, a população não tem afeição por obras, o que gosta é da parte de infraestrutura e quanto mais rápido acontecer, melhor e para isso há a necessidade de instrumentos prévios. “A falta de confiança afeta a dinâmica dos negócios. Aqui no Brasil você vai fazer uma ponte e até ser aprovada, muito dinheiro é envolvido”.

O assessor explicou que há dois tipos de inspeção acreditada pelo Inmetro: a de projetos de engenharia e de execução de obras. A inspeção de projetos inclui especificações técnicas/normas, requisitos contratuais, meio ambiente, segurança, requisitos legais, quantitativo, custo da obra e cronograma. Além disso, pode ocorrer durante o estudo de viabilidade, projeto básico ou executivo.

Sobre o primeiro case do Brasil de inspeção acreditada, Carvalho apresentou o projeto do BH Airport, onde o objeto em questão foi a inspeção do projeto básico da segunda pista de pouso e decolagem do aeroporto internacional de Confins.

Telecomunicações

 

Na sequência, o vice-presidente de Telecomunicações da Abrac, Fabio Jacon abordou o processo de homologação em smart cities. Internet das coisas foi o primeiro assunto elencado por ele.

“O IoT, também conhecido como internet das coisas, é uma infraestrutura global para a sociedade da informação, que habilita serviços avançados por meio da interconexão entre coisas, físicas e virtuais, com base nas tecnologias de informação e comunicação”, explicou.

Jacon também comentou sobre indústria 4.0, conceito que representa a automação industrial e a integração de diferentes tecnologias como inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem, com objetivo de promover a digitalização das atividades industriais melhorando os processos.

Sobre maneiras de comunicar dados para uma determinada central e trocar informações, o vice-presidente destacou o bluetooth, que é um protocolo de comunicação para curto alcance e baixo consumo de energia; o ZigBee, arquitetura com foco em malha de baixo custo e baixa potência; o WiFi, que é usado por produtos certificados que pertencem à classe de dispositivos de rede local sem fios.

Na sequência, Jacon entrou em um assunto mais atual ainda: o 5G. “Quando a gente fala dessa tecnologia, falamos de uma evolução que está sendo implementada agora no Brasil. Brasília (DF) foi a primeira cidade e logo em seguida será Belo Horizonte”.

Durante a apresentação o vice-presidente exemplificou produtos que são passíveis de certificação da Agência Nacional de Telecomunicações, como chaves automotivas, central de controle de sensores/alarmes, sistema de monitoramento (sensor) de pneus, e centrais multimidia.

Além disso, Jacon trouxe exemplos de aplicação dos módulos de radiofrequência em cidades inteligentes, como: medidores de energia elétrica, água, gás, velocidade de veículos automotores e semáforos inteligentes.

Sistemas e pessoas

 

A última apresentação do treinamento foi realizada pelo conselheiro da Abrac, Paulo Bertolini que abordou certificação de Sistemas de Gestão.

“Um ponto importante da certificação, é que é seguida por um processo padronizado de acordo com normas internacionais dentro do sistema ISO 17.021-1. Para poder fazer a certificação, a organização precisa passar por um processo de autorização que é a acreditação, que são feitas pelos organismos acreditadores”, explicou.

Segundo Bertolini, a certificação tem dois universos: o primeiro é o normativo, ou seja, quais são os requisitos para certificação e como deve ser o procedimento. “A principal entidade desse nosso universo é a ISO, que cria padrões para que possamos fazer os processos. O processo de construção de um padrão normativo é extremamente minucioso, longo e envolve participantes do mundo inteiro”.

Bertolini destacou que a norma ISO é um padrão internacional, e os países podem traduzi-las e utilizá-las e/ou desenvolver novas normas, como acontece no Brasil com a ABNT, que possui um comité brasileiro para tradução.

Sobre o segundo universo, o conselheiro comentou que é a parte da estrutura de acreditação. “Para começar a fazer você tem que ter o conceito de acreditação, você tem que buscar uma acreditação e cada país tem seu acreditador. No Brasil, é uma coordenação dentro do Inmetro, a Cgcre. A Coordenação Geral de Acreditação tem regras e normas, de como acreditar”, acrescentou.

De acordo com ele, os acreditadores, como é o caso do Inmetro, também são avaliados. Isso porque, toda a estrutura existe para que um certificado ISO 9001 tenha a mesma validade em diversos países, com garantia de um padrão de qualidade.

“O que é certificação de Sistema de Gestão? Hoje já tem dentro do universo normativo uma série de programas de certificação de gestão. O Sistema de Gestão não quer dizer que o produto da empresa é certificado, não é o processo que é certificado, nem pessoas, nem a organização. É uma certificação do sistema de gestão, ou seja, do conjunto de práticas, metodologias, que procuram melhoria no desempenho”, explicou.

Fonte: Assessoria de imprensa da Abrac