Na ocasião, Thiago Doretto mencionou os ensaios laboratoriais e as certificações compulsórias deste produto, que se popularizou nos últimos anos
A Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) conversou com o diretor de unidade de negócios da SGS e vice-presidente de Produtos da entidade, Thiago Doretto, sobre as certificações e ensaios exigidos para comercialização de fritadeiras elétricas.
Leia a entrevista na íntegra:
Abrac – Quais são os principais componentes de segurança da air fryer e como eles foram projetados para prevenir acidentes?
Thiago Doretto – O produto é avaliado dentro de um programa de certificação robusto desenvolvido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Nesse contexto, as características mínimas de segurança são avaliadas em cada projeto, afim de elevar o nível de confiança em relação aos aspectos mais significativos de segurança presentes na construção do produto. A avaliação leva em consideração:
– O manual de instruções é cuidadosamente inspecionado a fim de garantir as devidas orientações ao consumidor.
– Presença de protetores térmicos para funcionamento normal e condições de falha (funcionamento anormal).
– Resistência ao calor e à chama direta para todos os materiais termoplásticos. Requisitos relacionados às características de propagação e extinção de chama também são cuidadosamente avaliados.
– Proteção contra choque elétrico, sendo relacionadas a avaliação de todo circuito elétrico em relação a suas características de isolação e acesso. Os componentes devem ser devidamente avaliados em sua norma pertinente.
– Riscos mecânicos diversos também são endereçados para cada parte do produto, incluindo as partes acessíveis ao usuário.
Abrac – A air fryer atende aos padrões de segurança elétrica relevantes, como certificações de segurança elétrica e normas de segurança aplicáveis? Qual a Portaria estabelece a obrigação da certificação da air fryer?
Thiago Doretto – A air fryer possui certificação compulsória na portaria 148/2022, através deste processo, a conformidade com as normas IEC 60335-1 e IEC 60335-2-9 é avaliada. São padrões internacionais desenvolvidos pela International Electrotechnical Commision e garantem um alto nível de confiança em relação a segurança do produto. A SGS como uma empresa global, possui adequada representação nos comitês técnicos e participa ativamente da elaboração e revisão de normas.
Abrac – Como é garantida a segurança durante o processo de cozimento, incluindo a prevenção de superaquecimento e incêndio?
Thiago Doretto – O alto nível de confiança em relação a segurança da air fryer é atingido por meio da aplicação das normas mencionadas que endereçam questões relacionadas a operação normal, anormal e inflamabilidade. O produto é seguro por design, ou seja, para atender os requisitos normativos o projeto deve contemplar protetores térmicos e materiais adequados para suportar as possíveis utilizações.
Abrac – Existe proteção contra vazamentos de óleo ou outros líquidos que possam representar um risco de queimadura ou incêndio?
Thiago Doretto – Não existe nenhum requisito especifico para vazamentos de óleos e outros líquidos, tendo em vista a utilização do produto, de acordo com a norma o produto deve conter instruções para que o produto não seja manuseado com líquidos.
Abrac – A air fryer possui dispositivos de segurança para desligamento automático em caso de mau funcionamento ou condições perigosas?
Thiago Doretto – O produto deve contar com protetores térmicos a fim de mitigar riscos de uma condição inadequada de funcionamento.
Abrac – Quais são os principais ensaios que a air fryer precisa passar para ser certificada?
Thiago Doretto – Ensaios de funcionamento normal, onde se avalia as condições de operação do produto seguindo as condições de uso destinado. Sob tal condição, o produto deve apresentar um funcionamento adequado em níveis de temperatura e segurança elétrica. Especificamente em relação a temperatura, existe uma preocupação com os níveis alcançados em todas as partes acessíveis ao usuário durante o uso normal, pois a norma endereça limites adequados para exposição.
Ensaios em condições de funcionamento anormal também são conduzidos para avaliar o comportamento do produto em uma condição de falha, pois dessa forma, é possível avaliar se os riscos estão devidamente controlados no projeto.
Também são avaliadas as características relacionadas a flamabilidade dos materiais em relação a propagação e resistência.
Fonte: Assessoria de imprensa da Abrac.