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Em Manaus, Abrac e Inmetro realizam seminário sobre qualidade e sustentabilidade e reúnem participantes do Brasil e do exterior

Na manhã desta quinta-feira (31), a Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) realizaram o seminário “A Qualidade e as Práticas de Sustentabilidade”, no Quality Hotel, em Manaus (AM). O evento, que faz parte da agenda da 31ª Reunião da Assembleia Geral da Cooperação Interamericana de Acreditação (IAAC), reuniu público de diversos países.

Na cerimônia de abertura do seminário, foi lançado o Programa Regional de Desenvolvimento da Infraestrutura da Qualidade (Prod/IQ), por meio de um vídeo institucional e da assinatura do Termo de Compromisso firmado entre Inmetro e as Universidades Estaduais do Amazonas (UEA) e do Piauí (Uespi). O projeto será uma ferramenta de desenvolvimento dos processos de qualidade nas regiões Norte e Nordeste do país, a partir dos laboratórios das instituições de ensino envolvidas.

Em seu discurso após a assinatura, o presidente da Abrac, Synésio Batista da Costa, pontuou seu trabalho nos países afora, levando a bandeira do Brasil e da Amazônia. “Os investidores precisam olhar para a gente com mais respeito e saber que contribuímos para o ar que eles respiram”, disse. Costa acrescentou, ainda, que o Inmetro e a Abrac garantem a qualidade de tudo o que está em volta e que este é um sistema melhorado a cada dia.  

O presidente do Inmetro, o amazonense Márcio André Oliveira Brito, afirmou que a assinatura do termo é um marco de inclusão das regiões Norte e Nordeste na infraestrutura da qualidade do país. “O Prod/IQ nasce para levar estrutura para essas regiões. Para o lançamento, destacamos estes dois polos pois eles possuem potencial grande para receber acreditação e não mediremos esforços para que esse projeto tenha alcance ainda maior”, destacou Brito.

O reitor da UEA, André Luiz Nunes Zogahib, disse que a universidade do Amazonas passa por um processo de reorganização e que esta parceria com o Inmetro vai promover políticas públicas de qualidade para o desenvolvimento do estado. “Ficamos lisonjeados e vamos nos empenhar para fazer valer essa iniciativa e dar o resultado necessário para que nossa população possa ter desenvolvimento econômico pujante promovendo, assim, seu desenvolvimento social”, afirmou.

Representando o Piauí, o reitor da Uespi, Evandro Alberto de Souza, descreve o momento como fato histórico a se comemorar. “As instituições de qualidade, de maneira assertiva, trouxeram esperança que contribuem tanto para o desenvolvimento do país e que precisam dessa estrutura. São regiões que, nesse sentido, não eram vistas e agora passam a ser. Este é um grande passo”, disse em seu discurso.

O Governo do Estado também foi representado no evento, com participação do titular do Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas (Ipem/AM), Renato Marinho Bezerra, e colocou o Executivo estadual à disposição para contribuir neste trabalho. “Os colegas de outros países que estão aqui com certeza levarão uma nova perspectiva da Amazônia. Acredito que este seja um marco regulatório para estas regiões e o Governo do Amazonas segue de portas abertas para investimentos que levem sustentabilidade à população”, pontuou.

Painéis

Dando início às palestras do seminário, Eduardo Rocha Dias Santos, diretor do Departamento de Gestão de Resíduos da Secretaria Nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental falou sobre os desafios e objetivos para o desenvolvimento de um modelo sustentável para o país. O palestrante abordou questões como qualidade ambiental, bioeconomia, clima, gestão socioambiental, entre outros. “Só conseguiremos superar estes desafios se estivermos organizados em um sistema nacional de meio ambiente, em uma agenda conjunta de política de resíduos e sermos efetivos”, explicou.

Na sequência, o economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Marcelo Bitencourt trouxe informações sobre transição energética e mudanças climáticas. “O Brasil precisa estabelecer a meta, estabelecida pelo atual governo, de acabar com o desmatamento até 2030. Os indicadores dizem que a mazela tem diminuído, mas este não é um desafio trivial, uma vez que envolve uma série de ações, inclusive criar possibilidades para pessoas que vivem em um cenário de desmatamento”, frisou.

Finalizando o primeiro bloco de painéis, a presidente da Cooperação Interamericana de Acreditação (IAAC) e chefe da Divisão de Desenvolvimento de Programas de Acreditação do Inmetro, Andrea Melo, levantou aspectos de infraestrutura da qualidade. “Tudo que fazemos, seja no âmbito pessoal ou profissional, é permeado pela infraestrutura da qualidade que envolve garantias, ensaios, medições corretas, identificações, entre outros pontos”, explicou.

Para a abertura do segundo bloco de palestras, a gerente de Sustentabilidade da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Beatriz Secaf, trouxe ao seminário questões sobre finanças sustentáveis. “Os bancos têm atuado no sentido de integração dos aspectos econômicos, sociais e sustentáveis. Há pelo menos duas décadas, os bancos incluem estes assuntos em seus escopos de trabalho, intensificando os estudos, nos últimos anos, uma vez que o assunto tem ganhado cada vez mais destaque”, afirmou.

Em seguida, o representante da Ceptis, Roberto Myano, colocou em pauta a tecnologia para rastreabilidade e garantia da qualidade, abordando assuntos como os perigos do greenwashing, acreditação e certificação, vigilância de mercado, entre outros. “Precisamos ser vigilantes e não somente delegar esse papel para o estado. Nós, consumidores, devemos ajudar nesse processo pra que possamos identificar o que é a sustentabilidade brasileira”, convocou Roberto.

Mensuração dos Impactos de ESG (Environmental, social and corporate Governance ou governança social, ambiental e corporativa, em tradução livre) foi o tema da palestra do pesquisador do Instituto Olga Kos, Roberto Gimenes, que representou o presidente da entidade, Wolf Kos. “Temos uma série de fundos ESG nas instituições. É uma tendência mundial e é um mercado promissor”, disse.

E finalizando a sequência de palestras, o vice-presidente de ESG da Abrac, Alexandre Xavier, destacou pontos importantes da infraestrutura da qualidade como ferramenta para as práticas de sustentabilidade. Em seu discurso, Alexandre destacou a interseção vital entre qualidade e sustentabilidade, impactos concretos em todos os setores produtivos e parcerias estratégicas para o avanço sustentável.

“Discutir sustentabilidade e sua relevância, para mim, não é uma questão, é uma exigência estabelecida. A infraestrutura da qualidade é base para a sustentabilidade e ela permite que a gente escape da armadilha que qualquer país acaba caindo, que é a jurisprudência, pois exige que se pense em todos os aspectos, seja social, econômico, jurídico e ambiental”, disse o vice-presidente acrescentando que não se pode ter um plano B para a sustentabilidade, pois não possuímos um planeta B.

Fonte: Assessoria de imprensa da Abrac