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Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade participa do Enqualab 2020

Representantes da entidade participaram de painéis durante o Congresso que debateu as tecnologias aplicadas aos processos de gestão e operação de laboratórios

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Nesta segunda-feira (30.11), a Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) participou do Enqualab 2020 representada pelos vice-presidentes de Produtos Alexandre Xavier Lourenço Martins e Marcos Zevzikovas; o vice-presidente de Telecomunicações, Fábio Jacon; e o conselheiro, Mario Francisco Cia.

Promovido pela Rede Metrológica do Estado de São Paulo (Remesp), neste ano o Enqualab está sendo realizado virtualmente, entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, e possui como tema central as tecnologias virtuais aplicadas às práticas de gestão e operação de laboratórios metrológicos e processos de medição industriais.

Lei de Liberdade Econômica e Qualidade Regulatória

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Durante o Painel Lei de Liberdade Econômica e Qualidade Regulatória, Alexandre Xavier e Fábio Jacon foram os debatedores ao lado do gerente de Tecnologia e Política Industrial da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Israel Guratti e do presidente executivo do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Máquinas e Equipamentos (IPDMaq), João Alfredo Saraiva Delgado. A atividade contou com a apresentação do diretor de Avaliação da Conformidade do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Lenilton Duran Pinto Correa e a moderação do presidente executivo da Remesp, Celso Scaranello.

Correa destacou pontos como o Índice Global de Competitividade do Fórum Econômico Mundial, custo Brasil em comparação com os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), decretos da Lei da Liberdade Econômica, níveis de risco, e produtos e serviços regulados.

Na sequência, os debatedores expuserem as suas considerações sobre o tema. Guratti ressaltou as questões dos níveis de risco, problemas de fiscalização de mercado, e a importância da responsabilização aos fabricantes. 

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Em seguida, o vice-presidente de Produtos da Abrac, Alexandre Xavier citou alguns pontos importantes sobre o novo modelo regulatório, destacando o apoio total ao Inmetro pela iniciativa. Segundo ele, é uma argumentação que não pode colocar em risco qualquer aspecto na segurança dos produtos e da competitividade leal, bem como a proteção do consumidor. “É uma questão que o cidadão e o país precisa que seja menos burocrática, menos onerosa, e mais ágil para todos”, comentou Xavier.

Outro ponto destacado pelo vice-presidente foi a questão da coerência de todos os esforços com os aspectos da vigilância de mercado e regulamentação, ressaltando que ambos pertencem ao mesmo sistema, com a necessidade de aprimoramento. “É um enorme desafio, e é muito importante termos a consciência de que o desafio vai além do Inmetro, do controle pré-mercado e pós-mercado para que o resultado seja equilibrado e melhor”, declarou Xavier, que sugeriu que a classificação de risco seja dinâmica, assim como o mercado e os produtos são.

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Já o vice-presidente de telecomunicações da Abrac, Fábio Jacon destacou que a Lei da Liberdade Econômica será uma revolução para o estado brasileiro, pois trás uma visão dinâmica de mercado e transforma o setor produtivo em um ente que tem um respaldo maior para investir, inovar, crescer e trazer novos negócios e novas atividades, criando um mercado mais competitivo e dinâmico.

“Para nós da Abrac a classificação de risco é de suma importância, porque trás a questão da probabilidade de um evento ocorrer e se acontecer o que trás para o consumidor, possibilitando o trabalho em cima de estatísticas reais do mercado”, comentou Jacon.

Para Jacon é importante destacar uma informação que não é falada, que são as quantidades de reprovas. “Muita coisa é reprovada, e a avaliação da conformidade trás um diferencial de agregar valor ao processo. Tem que envolver a sociedade, os fabricantes e os laboratórios”, acrescentou. De acordo com ele, a avaliação da conformidade garante a qualidade e segurança do produto, proporcionando a defesa do consumidor.

“O terceiro ponto é a questão de uma competição justa entre os entes. A avaliação da conformidade é um pilar que agrega valor. Nesse sentido que a Abrac se põe à disposição para achar um denominador comum, pontos de convergência que façam com que o processo da Lei de Liberdade Econômica e seja mais competitivo e eficaz”, declarou Jacon.

Em seguida, Delgado comentou sobre a avaliação da conformidade nas máquinas, ressaltando a certificação, que proporciona confiabilidade ao consumidor por saber que o produto é seguro.

O futuro das avaliações nos Organismos de Avaliação da Conformidade e as novas tecnologias digitais

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Na sequência, foi realizado o Painel: O futuro das avaliações nos Organismos de Avaliação da Conformidade e as novas tecnologias digitais, que contou com a participação do conselheiro da Abrac, Mario Francisco Cia, como debatedor, ao lado do representante do Laboratório Água e Terra, Diego Roberto da Silva, e da diretora da Setton, Paula Setton. A apresentação esteve à cargo da chefe da Divisão de Acreditação de Laboratórios do Inmetro, Renata Martins Horta Borges, e moderação do diretor da Rede Metrológica de Minas Gerais, Kleber Albuquerque de Vasconcelos.

Durante a apresentação, Renata abordou a Norma Nit-Dicla-078, definição de avaliações remotas, quem decide pela avaliação remota, políticas gerais, e planejamento (o coração do processo). Em seguida, a diretora da Setton, comentou como foi o início das auditorias remotas na empresa. “Quando tudo parou em março, resolvemos fazer remoto. Nunca tinha feito auditoria técnica remota. Fizemos uma reunião pelo Skype, e começamos a fazer uma análise de risco para ver se o laboratório tinha internet suficiente, se tinha alguém para ficar com a câmera”, comentou Paula.

O representante do Laboratório Água e Terra, Diego Roberto da Silva ressaltou que a Rede Metrológica de Minas está caminhando de maneira muito clara desde junho dentro de uma situação de preparo e de conhecimento. “Planejamento é o coração de todo o processo de auditoria e a chave principal do sucesso”, declarou Silva.

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Já o conselheiro da Abrac Mario Francisco Cia, comentou sobre a pandemia, um momento de aprendizado, e que a Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (Cgcre) e a Divisão de Acreditação de Laboratórios do Inmetro (Dicla) estão aprendendo por meio de novas tecnologias, de novos mercados, e pela exposição diante de situações diferentes.

“Estamos discutindo um projeto de autoria multisite e é importante essa mudança, que teve um impacto com a pandemia, mas acho que também é muito das pessoas que estão a frente da gestão da Cgcre e Dicla. É inevitável o aumento de número de laboratórios, Organismos de Avaliação da Conformidade (OACs) acreditados, frente a um outro lado, trabalho muito árduo”, acrescentou o conselheiro.

Segundo Cia, o cerne do sucesso é o planejamento, mas o atual momento mostra que todos estão passando por um processo de aprendizado, e os laboratórios precisam se empenhar para atender os requisitos da avaliação remota.

“O processo de pandemia também levou a um problema de reflexão por parte de muitos clientes. Vemos que existem empresas que não estão mais comprando serviços acreditados. Não entendo como eles conseguem ver um desconto comprando serviços não acreditados, sendo que os problemas que eles podem encontrar no futuro são muito grandes. Temos sempre que investir em serviços acreditados”, finalizou.

Palestras técnicas

Antes do evento ser finalizado, foram realizadas palestras técnicas, onde os vice-presidentes de Produtos da Abrac tiveram a oportunidade de abordar temas de interesse do segmento.

Confira:

A experiência dos organismos de certificação de produtos nos processos de avaliação remota de laboratórios

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Coube ao vice-presidente de Produtos da Abrac, Alexandre Xavier apresentar o tema a experiência dos Organismos de Certificação de Produtos nos processos de avaliação remota de laboratórios. “Assunto relativamente novo da avaliação remota de laboratórios foi impulsionado por conta da pandemia”, iniciou.

Segundo Xavier, todas as atividades de avaliação da conformidade precisam se transformar conforme as mudanças fortes disruptivas que acontecem na sociedade. Ele elencou os principais benefícios da avaliação remota, como flexibilização e otimização, agilidade no agendamento, redução de custos em logística, mais segurança e complementar evidências.

“A auditoria remota, pelo menos parcialmente, pode ser realizada sem prejuízos aos resultados. Porém, muitos pontos de atenção e riscos devem ser considerados e amadurecidos antes de ser uma alternativa amplamente válida”, acrescentou. Dentre os pontos de atenção, o vice-presidente destacou os processos documentais e entrevistas que podem ser atendidos 100% por uma auditoria remota, como: procedimentos, instruções de trabalho, registros, relatórios de calibração e ensaios; e entrevistas com o pessoal dos laboratórios.

Segundo o vice-presidente, os riscos potenciais são visualização inadequada ou inviável de equipamentos; capacidade de investimento, e respectiva qualidade da estrutura de filmagem, áudio e transmissão nos laboratórios espalhados pelo Brasil; devido posicionamento de câmeras e mesma possibilidade de acesso; utilização parcial de sistemas informatizados de gestão nos laboratórios; e percepção parcial das condições e operação dos laboratórios.

“É uma possibilidade válida e promissora, porém precisa ser bastante amadurecida e adequada para as realidades do Brasil”, encerrou Xavier.

O relacionamento e participação da Abrac em fóruns internacionais

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Para finalizar o evento, Marcos Zevzikovas apresentou as atividades internacionais realizada pela Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade. Antes de adentrar no assunto, o vice-presidente de Produtos apresentou a estrutura organizacional da Abrac, bem como as Comissões Técnicas e os Grupos de Trabalhos da entidade.

Zevzikovas destacou que a Abrac faz parte da Inter American Accreditation Cooperation (IAAC), desde 2013; da International Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC), International Accreditation Forum (IAF), e TIC Council (IFIA), desde 2019. Em seguida apresentou a criação recente da Associação Interamericana de Avaliação da Conformidade (AIEC), a qual a Abrac é uma das fundadoras, junto com o Instituto Argentino de Normalização e Certificação (Iram), e a Associação Colombiana de Avaliação da Conformidade (Asocec).

 Fonte: Assessoria de Imprensa da Abrac