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“As pessoas talvez não tenham consciência da importância das certificações”

BRICS Certificações de Sistemas de Gestão e Produtos é associada à Abrac desde 2013

A executiva sênior da BRICS Certificações de Sistemas de Gestão e Produtos, Carina Senatore, concedeu entrevista exclusiva à Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) para falar sobre a certificadora, avaliação da conformidade, entre outros tópicos.

Associada à Abrac desde 2013, a BRICS é uma organização que conduz e concede a certificação de conformidade de produtos e sistemas, compulsória ou voluntária, com base em normas nacionais, internacionais ou regulamentos técnicos. Recentemente, iniciou sua atuação como organismo de treinamento reconhecido para os escopos de Lead Auditor ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001.

Leia a entrevista na íntegra.

Abrac – Quais são as principais certificações realizadas pela BRICS?

Carina Senatore – Hoje nós temos um escopo bem grande.  Trabalhamos com artigos de festa, que quase ninguém faz; bicicletas; brinquedos; artigos escolares; eletrodomésticos; lâmpadas LED; luminária pública; potência sonora; ventiladores; panelas; componentes automotivos; pneus novos; arla 32; luvas; puericultura leve, como mamadeira e chupeta; puericultura pesada na parte de cadeira de alimentação e de retenção; e alguns programas voluntários. Na parte voluntária, trabalhamos com cadeiras de escritório, e fora a parte de OCS, ou seja, certificação de sistemas.

Abrac – Quais são os principais objetivos da certificadora?

Carina Senatore – Os principais objetivos da BRICS é realmente perpetuar a empresa, buscar excelência no mercado com a satisfação do cliente, com a capacitação dos colaboradores, atuando sempre com imparcialidade.

Abrac – Como avalia a importância de trabalhar com a avaliação da conformidade?

Carina Senatore – Esse é um assunto bem antigo. Trabalho com certificação, mais ou menos, desde 1999/2000. Comecei em uma época onde nós tínhamos apenas dois OCPs (Organismos de Certificação de Produtos) que trabalhavam com a conformidade de produtos. As pessoas talvez não tenham consciência da importância de ter a certificação, de acordo com os regulamentos, normas, ensaios, porque a gente não está falando de qualidade, mas estamos falando de segurança. Isso é o mais preocupante. Hoje temos um comércio informal vendendo produtos, como brinquedos, inclusive recentemente houve apreensão, no Porto de Santos, de produtos que vão para o mercado informal sem nenhum tipo de certificação e com vários riscos pra crianças de todas as idades.

Temos os eletrodomésticos, que muitas vezes entram, também, de forma informal e são comercializados em regiões conhecidas, como São Paulo, Rio de Janeiro, principais capitais, sem a devida certificação, podendo causar choque e curto circuito. Então, o produto que tem um regulamento de avaliação da conformidade e é comercializado sem a devida certificação, traz grandes riscos para o consumidor.

Acredito que nem todos os consumidores tenham esse conhecimento ou, muitas vezes, optam pela compra no comércio informal por ter ser um produto mais barato. Ele não passa por todas as etapas da certificação, dos ensaios, então acabam tendo um valor agregado menor.

Abrac – Qual a importância de fazer parte da Abrac?

Carina Senatore – A gente tem um apoio da Abrac em relação a diversos assuntos, como desde uma comunicação com o Inmetro, onde a Associação faz a ponte; temos todas as Comissões Técnicas (CTs), eu sou coordenadora da brinquedos e artigos escolares; e diversos assuntos tratamos com a equipe da Abrac, com os diretores de CTs, os responsáveis, o superintendente Masao Ito, que sempre nos ajuda quando temos algum assunto delicado a ser tratado.

Abrac – Quais são as expectativas da certificadora após a publicação do Modelo Regulatório do Inmetro?

Carina Senatore – Na verdade, entendo que o Modelo Regulatório ainda é um ponto de curiosidade e também de falta de entendimento por parte de muitas pessoas, muitos OCPs e profissionais do ramo.

A expectativa, realmente, é que sejam avaliadas a questão dos riscos dos produtos e temos uma quantidade de produtos imensa que podem causar algum tipo de problema ao consumidor e que esses riscos sejam levados em consideração.

Desde o começo do Modelo Regulatório, estamos trabalhando e fazendo um levantamento de riscos de cada regulamento e compilando essas informações junto a Abrac para que seja passado ao Inmetro com as considerações, levantando acidentes e problemas causados tanto no Brasil como no mundo. Fizemos um trabalho exaustivo de buscar informações de todos os produtos, dos possíveis riscos que o consumidor final pode correr, porque o nosso foco é o consumidor final.

A perspectiva é que o Inmetro tenha essa visão do que realmente é importante que necessite de certificação, avaliação da conformidade, que tenha um regulamento, da maneira estamos trabalhando há anos no mercado.

Claro que alguns produtos realmente não têm muito sentido manter. Entendendo que o estoque regulatório do Inmetro hoje é muito grande com produtos que não existe nenhum tipo de demanda, mas esperamos o olhar crítico para os produtos onde temos um maior número de acreditações e de comercialização.

Fonte: Assessoria de imprensa da Abrac