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Artigo – Avaliação da Conformidade será essencial para verificação de práticas ESG – Por Alexandre Xavier e Ricardo Assoni*

A importância de práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) tem sido cada vez mais reconhecida por empresas, investidores e stakeholders em todo o mundo. O ESG está relacionado à forma como as organizações gerenciam os impactos ambientais, as relações com a sociedade e a qualidade da governança corporativa. Essas práticas não apenas têm um impacto significativo nas operações e reputação das empresas, mas também estão intrinsecamente ligadas à sustentabilidade dos negócios a longo prazo.


Os princípios de ESG são um conjunto de ideias, reflexões e iniciativas que servem de base para a estruturação das empresas, em termos de sustentabilidade e de responsabilidade ambiental, social e corporativa. Estes ideais devem estar totalmente alinhados com os critérios estabelecidos pelos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse sentido, é crucial que essas práticas sejam verificadas e avaliadas de forma independente para garantir sua conformidade e integridade.


Nesse aspecto, a avaliação da conformidade envolve a verificação e certificação de práticas ESG de uma organização em relação a padrões reconhecidos e critérios estabelecidos. Já existem modelos de certificações dos aspectos ambientais, bem como as avaliações de Compliance, Antissuborno e de Responsabilidade Social que, de forma integrada, promovem um indicador favorável de boas práticas de ESG. Ao aderir a esses padrões, as empresas demonstram transparência e responsabilidade em relação às suas operações e impactos ambientais, sociais e de governança.


A avaliação da conformidade pode auxiliar por meio da identificação de pontos de melhoria nas empresas em relação ao cumprimento dos princípios ESG. Além disso, pode ajudar essas organizações a estabelecerem metas e objetivos para aumentar sua atuação em relação aos critérios ESG, medir o progresso dessas metas e validar de forma idônea, independente e competente os resultados alcançados.


Nos últimos anos, ocorreram avanços significativos na área de avaliação da conformidade em relação aos princípios ESG. A Norma ISO 26000, por exemplo, fornece orientações sobre responsabilidade social, abrangendo temas como governança corporativa, direitos humanos, práticas de trabalho justas, meio ambiente, envolvimento com a comunidade e consumidores. Já a Global Reporting Initiative (GRI) é uma das principais referências internacionais para relatórios de sustentabilidade. Muitas empresas brasileiras já adotam as diretrizes da GRI para medir, relatar e verificar seu desempenho ESG.


No Brasil este encaminhamento está se dando com a criação de material que deverá servir de base para a definição de parâmetros exequíveis, representativos e mensuráveis que permitirão a aplicação integral da avaliação da conformidade. Espera-se que nos próximos anos esses avanços continuem, com a adoção de normas e regulamentos mais rigorosos, assim como o aumento da conscientização das empresas e da sociedade em relação à importância da sustentabilidade e da responsabilidade social.


O ESG é um conceito que se tornará uma cultura nas organizações, um caminho sem volta, onde tanto a sociedade civil, empresários, governos, investidores e demais entes da cadeia macroeconômica deverão conhecer, entender e disseminar suas práticas para o bem comum. Só assim, com ações integradas, serão possibilitadas as melhores práticas de ESG e a geração de benefícios tangíveis e intangíveis ao ambiente e à perenidade de produtos e serviços, em prol da preservação social, dos negócios e do meio ambiente.

* Alexandre Xavier, vice-presidente de ESG da Abrac e Ricardo Assoni, gestor do Grupo Permanente de Trabalho (GPT) de ESG